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Noel Oswald - Cage |
Prisioneira,
eu? Tenho para mim que o sou sim.
Ainda que tal afirmação de conteúdo
aparentemente suspeito e duvidoso, se mostre desfasado na era do tempo moderno,
ou contemporâneo, ou o que for, confirmo que sou prisioneira sim, não de ti,
nem de ninguém, mas exclusivamente de mim.
Em
modo de gaiola de ave canora, vejo-me cativa do meu corpo franzino, da razão da
minha mente, do desassossegado da minha alma e do meu batimento cardíaco
militarmente disciplinado. Em boa verdade, sou refém da visão que tenho do
mundo que me rodeia, que me leva a tomadas de posição de defesa severa, sem
grandes manifestações de exteriorização. (Os egos nunca não devem falar mais
alto que o bom senso, e os olhos por vezes devem de permanecer fechados para
não dizerem disparates).
Não é
à toa que afirmo que o “meu” mundo é
pequenino do tamanho de uma ervilha. Já por esse mesmo motivo não arredo pé dos
meus olhos e dos meus poros para fora. Ali. Ou seja aqui dentro do meu eu, e em
voz de oposição, existe uma imensidão vasta, quase do tamanho do infinito pincelado
em tons de cinza, que ora está em estado de vazio, ora está em estado prenhe,
conforme os rigores do tempo. Ali, ou seja aqui dentro, por norma as ruas da
cidade estão desertas por falta de gente que as queira humanizar, e o mar
arisco, na sua adversidade testa a personalidade, o engenho e a arte de quem se
queira atreve-lo a navegar. O limbo, o outro lado vácuo é o meu estado de
sítio, fujo dele sempre que me é permitido, mas não o combato, nem lhe resisto.
Ao invés disso, aninho-me em posição fetal no ventre do abismo, que permanece
na outra margem de mim, onde reside e eternamente persigo o meu maior
desafio, o de alcançar aquela outra morada tão desejada.
É curioso, ou não, que muitas vezes me vejo assim também.
ResponderEliminarTal e qual, mas não sei se é bom
Olá, o seu belo texto é muito verdadeiro e puro da realidade, não só para si, mas para todas as pessoas, diz o povo, "que nem tudo que parece é" ser prisioneira (é relativo", todos mas todos, podemos ser prisioneiros, da rotina, dos sentimentos, do poder de compra, da emoção, e de outras coisas mais, mas somos livres do pensamento e nos sonhos, parabéns pelo que escreveu muito bem que reflecte a vida tal qual como ela é.
ResponderEliminarFeliz fim de semana em liberdade,
AG
Acontece-me, quando estou triste, aninhar-me também, sabes? E fico quietinha à espera que o sol toque o meu coração.
ResponderEliminarQuero dizer-te, minha flor, eu estou grávida. :) E venho aqui agradecer-te todo o carinho que me deixaste em palavras. Por também teres cuidado do meu sonho. Obrigada, Sandra. :)
Deixo um beijo no teu coração, minha flor. :)
Ó minha doce menina de coração puro :), a tua boa nova encheu-me o coração de alegria, e os meus olhos rasaram lágrimas de igual alegria.
EliminarDesejo que a vida vos abençoe com muita paz, muito amor e muita saúde.
Um beijo de quem Vos quer muito bem.
Descobri na Sexta passada. :) Agora falta saber se o bebé está bem. Aqui, em Inglaterra, funciona de forma diferente. Tenho que aguardar uma consulta em casa. E depois é que tenho a minha primeira ecografia. Ontem, com os nervos, fui parar ao hospital. Por não saber se está tudo bem com o bebé. Esta tua menina precisa respirar. :)
EliminarObrigada, minha flor, muito. :)
Deixo um beijo nesse teu coração. :)
Bj apertado
ResponderEliminarEsse seu imenso eu interior tem plano de sinalização? É uma forma de dizer que me conduzo por textos inteligentes (foi um elogio?)
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