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Jerry Uelsmann |
Ora aqui estou eu de fronte para uma folha de papel
virtual imaculada a lançar-lhe aquele olhar de matadora, mas a miúda, mais
teimosa que um jumento, ignora-me qualquer resposta. Só pode ser publicidade
enganosa, esta história dos olhos serem o espelho da alma. Nesta mesma medida
começo a duvidar da famosa teoria da brancura do algodão, que não engana.
Caramba, como esta luta em busca da conectividade é inglória. Estaremos perante
uma realidade turva que se mostra desajustada à visão semicerrada, que me dá
sempre jeito para filtrar impurezas?! Ou estaremos perante uma realidade de
paridade impraticável quando é claramente visível e evidente o princípio de
equidade?! Podemos também estar numa realidade alienígena, que nos olha como se fossemos
uns seres estranhos e aberrantes acabados de ser paridos da tendinha dos
horrores! Ou então, estamos definitivamente numa realidade mundial onde impera a cegueira autista.
Ora de volta ao início, aqui permaneço eu, queda e
serena (quase a bater no teclado) a tentar comunicar com a miúda interactiva,
mas ela continua na sua com a sua brancura luminosa e teimosa sem me conceder a
mínima expectativa. Agora o que me dá ganas não é a miúda, mas sim o que ela
representa. A realidade do mundo acontece deste lado, do lado de fora da porta, onde
estou eu, onde estás tu, onde estamos todos nós, que preferimos o conforto da
palavra autista.
Agora para terminar, deixo-vos com mais umas
palavrinhas gastas.
No silêncio de um olhar
dizem-se coisas maravilhosas
que as palavras
não têm capacidade de comportar.
As minhas estão gastas
e tu mundo,
lamentavelmente,
estás muito longe de mim...
Maravilhoso texto!
ResponderEliminarAbraços
E espero a tua visita
http://anseiosedevaneiossexuais.blogspot.pt/
Sandra, e tu tens andado em luta com a folha imaculada... Sentia a tua falta.
ResponderEliminarMas voltas com um belíssimo texto de olhos nos olhos.
Aquela porta não pode permanecer fechada.:)
Gostei muito!
Beijos
Preferir o conforto da palavra autista é uma forma de terapia não achas?
ResponderEliminar:)
Belo texto!
Um beijo grande
A porta por vezes é uma barreira que nos isola. Nunca é inglória a luta por querer vê-la aberta!
ResponderEliminarExcelente partilha com muito sentido.
Beijinho Sandra:)
Também eu fico, por vezes, a mirar o silêncio de uma folha. Outra vezes ignoro o que as palavras têm a dizer-me. E outras elas chamam e eu vou...
ResponderEliminarUma linda partilha, Sandra. :)
Deixa a porta entreaberta, as palavras são inesperadas. :)
Um beijo no teu coração, Sandra. :)
Há momentos em que as palavras transbordam e há outros em que estas mal se vislumbram, tão finas como uma apara de unha. Na verdade, elas estão sempre lá. Eu é que nem sempre as vejo.
ResponderEliminarQuerida Sandra, escreve quando quiseres e puderes, eu cá estarei para te ler. Gostei muito do teu texto, como sempre :)
Um beijinho de amizade
Essa folha branca é uma mundana omnipresente, gosta de bater à porta de toda a gente. :)
ResponderEliminarGostei muito dessa "insatisfação", Sandra, há por aí muito conteúdo a querer respirar.
Um abraço :)
Pedimos desculpas pelo incomodo... mas o nosso blogue sofreu algumas alterações . Dado que o Anseios e devaneios sexuais foi alterado e encontrar-se inativo.. DEIXAMOS O NOVO NOME DE BLOGUE E NOVO LINKE »» http://prazeresecarinhossexuais.blogspot.pt/?zx=e7c3217bdcc84085
ResponderEliminarGostaríamos que nos atualizasse. Obrigada. Beijinhos
Belo o seu texto
ResponderEliminarnunca escrito numa folha em branco
Cá estarei no virar da página
Bj
Olá Sandra
ResponderEliminarO desafio da folha em branco... magnífico. Um beijo
A náusea existe fora da poesia
ResponderEliminarEu estou aqui, na ombreira da tua porta, a espreitar as palavras.
ResponderEliminarBeijos, Sandra :)
É na brancura de uma folha que todas as palavras são possíveis...! Gostei muito.
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