domingo, 20 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Sonho Esculpido
Tu, que vieste no ar
montado nas asas do vento
trouceste brilhos no Olhar
e Magias de Encantamento
seduziste a mente
de um coração carente
Mulher de corpo e alma
a Ti se rendeu num repente
verbo Amar em pleno vivido
montado nas asas do vento
trouceste brilhos no Olhar
e Magias de Encantamento
seduziste a mente
de um coração carente
Mulher de corpo e alma
a Ti se rendeu num repente
verbo Amar em pleno vivido
cravado na alma para sempre
corpos uno de Sonho Esculpido
na chama do desejo ardenteSandra Louçano
"Prelude" - Vangelis
domingo, 13 de fevereiro de 2011
(S)ereia
Olhar de menina
Meio-corpo de mulher
Toda a hora desatina,
esteja ela onde estiver!
Pele branca e macia,
olhos verdes a brilhar
Cabelo solto e revolto
à deriva no alto mar!
Menina irreverente,
impossível de domar.
Mulher descrente,
Meio-corpo de mulher
Toda a hora desatina,
esteja ela onde estiver!
Pele branca e macia,
olhos verdes a brilhar
Cabelo solto e revolto
à deriva no alto mar!
Menina irreverente,
impossível de domar.
Mulher descrente,
não se deixa resgatar.
Tem coração de leão
com muito amor a bater,
está longe da sensação,
está triste, está a sofrer...
Naufraga no mar então,
sem ele não sabe viver
Pois corpo sem coração,
não tem vida, só pode morrer!
Tem coração de leão
com muito amor a bater,
está longe da sensação,
está triste, está a sofrer...
Naufraga no mar então,
sem ele não sabe viver
Pois corpo sem coração,
não tem vida, só pode morrer!
Sandra Louçano
"Siempre Me Quedara" - BEBE
Fogo Cruzado
Ella sentia-se desgastada pelo vazio que a invadia de dia para dia, e o mais absurdo, é que não entendia o motivo por se sentir assim daquela forma, alienada a tudo que a rodeava. Tudo na sua vida corria com naturalidade e tranquilidade, não havia motivo aparente para tanta apatia e frustração.
Fustigada pelo pesar que já se prolongava no tempo, resolveu pôr pausa no seu trabalho e foi apanhar ar num passeio à beira mar. Caminhava de frente para o vento na esperança que ele lhe levasse aquele fado pesado, mas nem o vento a pode ajudar. Já começava a sentir-se endoidecer sem saber o porquê daquilo lhe estar a acontecer.
- Porquê?
- Porquê?
Questionava-se vezes sem conta…mas a pergunta era muda e o ouvido era surdo, e mais uma vez lhe sai um triste nada da alma.
A ânsia e o desespero precipitam uma lágrima, que mesmo contida, desliza pelo rosto d’Ella. Desolada, foi à carteira e tirou um lenço de papel para limpar o rosto e assoar o nariz. Aí reparou no maço de tabaco que tinha na carteira. Tinha-o colocado ali por engano, pensou Ella, o vício que esconde religiosamente na gaveta do armário do trabalho, não era suposto ser posto a descoberto. Esboçou então um sorriso, pois já não se sentia sozinha a curtir aquela mossa.
Sentou-se num banco da marginal, puxa de um cigarro, acende-o e saboreia aquele breve momento de serenidade. A tranquilidade daquele instante despoletado pelo prazer de fumar um simples cigarro…Um cigarro, um cigarro, um cigarro…E, de repente, o cigarro está a ser partilhado na janela daquele quarto com vista sobre o mar…
Fez-se luz, o duelo veio à tona. Deu-se conta do naufrágio em que se encontrava…Está afogada numa memória que tinha cristalizado à força na sua mente…Recua no tempo...
Já se contam dois meses desde que Ella e Elle se haviam visto naquele curto-circuito de fogo cruzado. Um circuito estritamente fechado, onde o fogo, embora curto, tinha sido muitíssimo bem cruzado. O silêncio e a escuridão imperara entre Elles desde então. E bate bem fundo a saudade d’Elle n’Ella. O vazio que Ella sentia voltou mais denso e agora consciente. Estava a ressacar…
- Como era possível aquilo estar a acontecer?
O tempo tinha clareado as lembranças que Ella queria ter esquecido. Mas a droga é forte e poderosa, e o vício já está entranhado no corpo. A vontade de voltar ao duelo daquele fogo cruzado é grande…Ruboriza com a enrorme vontade de O voltar a tentar…
- Mas como?
- Vou-lhe ligar!
- O pior que pode acontecer é Elle não atender!
Ella ligou e Elle atendeu e atendeu…
Duas vidas, dois destinos, dois rumos oposto, dupla cumplicidade, uma única vontade.
Matar aquela insana Saudade!
Fustigada pelo pesar que já se prolongava no tempo, resolveu pôr pausa no seu trabalho e foi apanhar ar num passeio à beira mar. Caminhava de frente para o vento na esperança que ele lhe levasse aquele fado pesado, mas nem o vento a pode ajudar. Já começava a sentir-se endoidecer sem saber o porquê daquilo lhe estar a acontecer.
- Porquê?
- Porquê?
Questionava-se vezes sem conta…mas a pergunta era muda e o ouvido era surdo, e mais uma vez lhe sai um triste nada da alma.
A ânsia e o desespero precipitam uma lágrima, que mesmo contida, desliza pelo rosto d’Ella. Desolada, foi à carteira e tirou um lenço de papel para limpar o rosto e assoar o nariz. Aí reparou no maço de tabaco que tinha na carteira. Tinha-o colocado ali por engano, pensou Ella, o vício que esconde religiosamente na gaveta do armário do trabalho, não era suposto ser posto a descoberto. Esboçou então um sorriso, pois já não se sentia sozinha a curtir aquela mossa.
Sentou-se num banco da marginal, puxa de um cigarro, acende-o e saboreia aquele breve momento de serenidade. A tranquilidade daquele instante despoletado pelo prazer de fumar um simples cigarro…Um cigarro, um cigarro, um cigarro…E, de repente, o cigarro está a ser partilhado na janela daquele quarto com vista sobre o mar…
Fez-se luz, o duelo veio à tona. Deu-se conta do naufrágio em que se encontrava…Está afogada numa memória que tinha cristalizado à força na sua mente…Recua no tempo...
Já se contam dois meses desde que Ella e Elle se haviam visto naquele curto-circuito de fogo cruzado. Um circuito estritamente fechado, onde o fogo, embora curto, tinha sido muitíssimo bem cruzado. O silêncio e a escuridão imperara entre Elles desde então. E bate bem fundo a saudade d’Elle n’Ella. O vazio que Ella sentia voltou mais denso e agora consciente. Estava a ressacar…
- Como era possível aquilo estar a acontecer?
O tempo tinha clareado as lembranças que Ella queria ter esquecido. Mas a droga é forte e poderosa, e o vício já está entranhado no corpo. A vontade de voltar ao duelo daquele fogo cruzado é grande…Ruboriza com a enrorme vontade de O voltar a tentar…
- Mas como?
- Vou-lhe ligar!
- O pior que pode acontecer é Elle não atender!
Ella ligou e Elle atendeu e atendeu…
Duas vidas, dois destinos, dois rumos oposto, dupla cumplicidade, uma única vontade.
Matar aquela insana Saudade!
Sandra Louçano
"Shake the Disease" - Depeche Mode
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Licor Encorpado
Na chaise long desperta
o serpenteio d'Ella.
Cospe um olhar ateado
provoca calores ao criado
Aprumado o empregado
do desconcerto causado
atreve-se ao corpo inflamante
com uma Taça de Champanhe
Meia preta rendada
Sapato alto estirado
Porte altivo e comportado
Cigarro no dedo aveludado
O beijo acontece desenfreado,
nas bocas rubras de mel temperado,
onde linguas de flor de sal e de tabaco
excitam seivas do Licor Encorpado
Sandra Louçano
o serpenteio d'Ella.
Cospe um olhar ateado
provoca calores ao criado
Aprumado o empregado
do desconcerto causado
atreve-se ao corpo inflamante
com uma Taça de Champanhe
Meia preta rendada
Sapato alto estirado
Porte altivo e comportado
Cigarro no dedo aveludado
O beijo acontece desenfreado,
nas bocas rubras de mel temperado,
onde linguas de flor de sal e de tabaco
excitam seivas do Licor Encorpado
Sandra Louçano
"Blah Blah Blah Cha Cha Cha" - Petty Booka
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