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Guankan-jima (Japan): the forbidden Island Fotografia retirada daqui |
O mote para debitar umas linhas de
raciocínio escorreito, sequencial e ordenado até mostram vontade de se rebelarem contra o
sifão mental entupido, mas o cansaço e a preguiça do corpo, tendem a querer levar-me
a melhor.
É fácil de identificar o estado
arredio do meu espírito, sem disposição para ocupar o parco tempo e o
pensamento com os não assuntos que fazem a ordem do dia da urbe social.
A vida real é, por vezes, ou quase
sempre, dura e pesada. Está à vista para quem a quiser ver com olhos de ver, no
entanto quando enfrentada, como quem atreve os cornos de um touro bravo ou mete
os dedos na ferida, oferece-se perante nós numa caixa de chocolates sortidos
agridoces. Nunca se tem presente o resultado a curto prazo, nem a indumentária
de gala que a traja, mas a imagem panorâmica que se tem sobre o mapa, captada
ao radar de uma ave de rapina, permite-nos a capacidade da antever e desenvolver
estratégias de reacção e defesa. Mas será esta uma boa estratégia? Nos dias
correntes, já nem sei!
Entretanto, a dureza dos seus componentes físicos
e químicos tem dado corpo à minha rotina nos últimos tempos. O tempo contado ao
milímetro não permite o correcto desempenho da junta de dilatação, nem a
renovação de ar ventilado, e, o desgaste das engrenagens não se
compadece com desperdícios de energia que se impõe necessários para dar repouso ao corpo.
É imperativo descobrir a forma de como
dar folga às costas em proveito próprio. O estendal afectivo já não comporta o
peso de uma alma roubada, calejada e endurecida, que perdeu a motivação para
sonhar…
Mas todo este relambório, denso e
massudo, que depois de espremido não lhe sai pingo de sumo, foi despoletado por
conta de um vídeo de música que despertou a minha atenção num momento de pausa
kit-kat na companhia da minha filha caçoula. Deixei-me envolver pelo ritmo e
pela beleza dos corpos jovens e enérgicos que acompanham a música em
movimentos livres, espontâneos e sensuais. Deu-se em mim um click. Afinal aqui ainda
mora vontade. Afinal é possível superar este estado de cegueira catatónica.
Basta sacudir as asas, fazer log out, e entrar em modo de navegação automático.
O modo de navegação automática,é perigoso. É preciso coragem para deixar que outro "modo" que não o nosso, nos conduza a vida. Mesmo com todos os contras, ainda prefiro viajar em modo manual, sendo eu a conduzir.
ResponderEliminar:=)
Boa noite Sandra
Não sai pingo de sumo? Sei que pelo menos bebi um copo cheio dele e muto apetitoso.
ResponderEliminarO tempo que se gasta nos designados não assuntos da urbe social não é desperdício. Talvez devamos investir mais neles, até para balizar o real.
Gostei muito deste texto.
Um beijo, Sandra.
Eu acho é que precisas de muitos beijos e abraços!
ResponderEliminarAssim, beijos, beijos, beijos, abraços, abraços, abraços!
Querida Sandra, junto-me à Maria e deixo por aqui muitos beijos e abraços :)
ResponderEliminarGostei da reflexão e da forma como o texto está construído.
Beijinhos e abraços à discrição
A vida e os afazeres diários conseguem ser tão pesados. Sorrir nem sempre é fácil e a vontade nem sempre aparece.
ResponderEliminarMas daqui também levas um beijo e um abraço forte.
:)
Há sempre pequenos nadas que podem fazer a diferença, Sandra. Às vezes encontramo-los, outras são eles que parecem vir ter connosco...
ResponderEliminarUma boa semana :)
É preciso sacudir as asas para o voo
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