sábado, 15 de setembro de 2012

Considerandos Afectivos

























Título: Rua da Fontainha - Vila Nova de Gaia
Fotografo: Sandra Louçano

Não gosto do aparato artificial formatado no culto da imagem do tudo igual.
Tudo igual à Barbie, tudo igual ao Ken, tudo igual ao pedigree mediático das páginas sociais.
Não sou aderente à moda do ultimo grito, gosto do meu eu natural e informal, não tenho vergonha das brancas rebeldes e espetadas do meu cabelo, nem das rugas que não escondem a idade que tenho...Não sinto, nem tenho necessidade de enganar a verdade...
Gosto de velharias e de coisas antigas, gosto de ruas escuras, estreitas e sem passeios, ladeadas por casas velhas e ruínas. Gosto de passear por estes museus afectivos em calçada de granito impregnados de história dos nossos antepassados.
Gosto de crianças e da terceira idade, lamento o homem que vendeu a dignidade por um punhado de trocados. Lamento por aquele que esqueceu o seu passado, roubou o presente e hipotecou o futuro e a sua identidade.
Não sou antiquada, nem tão pouco quadrada, um pouco fundamentalista talvez! Creio na mudança e na evolução, desde que contribuam para o aperfeiçoamento da espécie e para o correcto desenvolvimento da civilização. Será que os avanços tecnológicos e informáticos são uma mais valia para a destreza pensamental e inteligência do ser humano? Ou irão ser estes a ferramenta letal para o seu atrofiamento e envelhecimento, e, sob pena de ser extrema e radical, à condução da sua extinção? Mas certo é, e ainda que imprescindíveis para a humanidade, os avanços tecnológicos, assim como os medicamentos, também têm contra indicações e efeitos secundários.
Também sou anti acordos ortográficos... Sou aversa à mutilação da redacção do actual Português sem “C´s”, sem “P´s” e sem mais não sei o quê... Só sei que lá se foi a essência do se Ser “Pretuguês” , perdão, Português.


"New Age" - Marlon Roudette