Marco Britto, em Photography by Fivehundredpx |
Errar é humano, literalmente falando. E, tal acto ou
acção é inata à condição humana, passo a redundância da expressão. Eu diria
mesmo, que o erro é uma alavanca manca através da qual podemos tirar proveito de
ensinamentos com vista a corrigir-mo-nos e a aperfeiçoar-mo-nos perante nós e
perante os outros.
Ultimamente, tenho viajado muito dentro de mim,
e de mim para mim, em busca do caminho certo para levar a bom porto a última
etapa de uma jornada que tem sido longa, delicada e complicada.
O tempo no tempo é implacável quando o nosso tempo já
vai para além da metade. É imperativo que dê da perna para me desembaraçar do que me pesa, do que me farda e do que me inquina a franca mobilidade, despenalizando o peso da consciência para outra instância. O meu tempo é cada vez mais precioso, para me dar ao luxo de o desperdiçar.
Está a olho visto, qual o meu próximo desafio afectivo;
decidir racionalmente de facto e de direito a causa e o efeito, e agir a frio de coração
ao largo, em espera calculada pelo repostar do outro lado, caso seja encetado.
O tempo e a experiência ensinaram-me a ver um pouco mais
além, e a agir preventivamente, mas também me têm advertido que não sou imensa,
que não consigo abarcar nem resolver todos os problemas em simultâneo, muito menos os de hoje
e os de amanhã ao mesmo tempo, e, a vida não se compadece com o marasmo, nem com
o deixa andar, nem com a falta de firmeza de decisão no momento exacto.
Esta na hora de agir com precisão e de costas voltadas
ao medo de cometer erros, e de prosseguir caminho por locais salubres e bem
iluminados, de corpo leve, mente arejada e com o interruptor afectivo muito bem
desligado; se bem que, preferiria mil vezes, calcorrear ruas antigas, estreitas
e escuras, iluminadas por candeeiros obsoletos enluvados por teias de aranha.