Imagem tirada daqui |
O “Se” e o “Quase” são duas palavras distintas, que enquanto matéria substantiva
tentam atingir a unidade de medida do tempo e do espaço, respectivamente, a meu
ver, sem grande sucesso. Elas flutuam no vácuo do abismo entre a dimensão
sensorial e o universo de todas a impossibilidades só ali possíveis. Ora é lá, no
mundo dos Se´s e dos Quase’s que brota a nascente da poesia mais
bonita e genuína. É lá, no mundo dos Se´s e dos Quase’s que o sonho presenteia
o ventre do corpo com asas de borboleta e o ser levanta voo em
direcção ao céu, qual limite infinito residente dentro da mente (in)consciente.
Resumindo
e baralhando, gosto muito de poesia e do mundo fantástico ou fantasioso onde
ela se movimenta que nem um polvo no seu habitat natural, agora, Já não gosto
de sentir os tentáculos pegajosos dos Se’s e dos Quase’s na corrente sanguínea do
meu dia-a-dia. Gosto de poesia, gosto de encher as medidas da alma, gosto de sentir
o tesão da paixão à flor da pele e levantar voo de seguida, mas antes disso, antes de ser
consumida pelo vício da espectativa, preciso de saber defender bem a minha baliza, preciso de conhecer
bem a medida do meu tempo e do meu espaço, e, acima de tudo preciso de ter mão precisa no
trajecto do meu caminho. Portanto, viagens ao mundo dos Se’s e dos Quase’s, só
com cinto, de alta segurança.