sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

O Amor precisa de Sexo, já o Sexo não precisa de Amor

Imagem retirada daqui
Há muito tempo que não dou ares da minha graça, mas o nosso amigo Impontual aguçou-me a mente e os dedos com a sua publicação, “Quem dera que o amor fosse como o sexo”, pelo que, e em jeito de comentário expresso aqui a minha opinião sobre esta matéria.

Meu caro Impontual, esta publicação daria pano para fazer muitas colecções de primavera-verão, na medida que cada sujeito tem a sua opinião sobre o tema, Amor versus Sexo, e todas elas são válidas. E sabes? Ainda bem. Cada um é um ser único que sente este dois “afectos”, com implicação comportamental, de modo diferente.
Excluo obviamente deste universo a opinião impositiva dos Senhores da Sotaina que a favor dos beatos sacramentos obrigam os seus fiéis depositários ao cumprimento de regras fundamentalistas e utópicas com sabor a hipocrisia.
Mas adiante.
Ora o Amor precisa de Sexo, já o Sexo não precisa de Amor. Vivemos numa cultura monogâmica que nos foi incutida desde o berço em jeito de lavagem cerebral pela Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana. E, é ao nível cerebral que toda a nossa percepção, sensitiva, emocional e afectiva é processada, e lá está, o corpo, o coração e razão nem sempre estão em sintonia perante esta dicotomia, Amor versus Sexo e Monogamia. Daí, o ciúme e o sentimento de posse tomarem conta da razão como instintos de defesa e de ataque, que em dose de austeridade desmedida destroem o tal afecto que denominas de Amor.
Em tempo escrevi que o Amor é um sentimento maior. Na sua essência é um afecto afectivo altruísta, não é um contrato comercial ou uma cobrança difícil. O amor não fere nem dói. O Amor é o que de melhor existe em cada um de nós. 

Ora, o Amor consagra, actos, atitudes, posturas e comportamentos que o ser humano não tem capacidade de garantir na íntegra ainda que o intente continuadamente. A meu ver sem grande sucesso. E com base neste meu princípio, digo que o Amor é um afecto etéreo, que só os Deuses têm capacidade de materializar. Não acredito que exista Um, ou o Deus, mas acredito nas qualidades extraordinárias de bem-querer que ainda assistem à humanidade que ficam à margem de qualquer credo religioso.
Agora, o Amor em sentido lato, é um sentimento maior que existe em todas as coisas com alma dentro, que alavanca e faz mover o mundo e que confere ao homem a capacidade de se fazer gente melhor.

Já o sexo é uma necessidade vital básica do ser humano, a libido que conduz à prática do acto sexual que pode ser feito com sentimento de comunhão afectiva ou sem ele, onde este acto em estado bruto tem como objectivo alimentar um vício ou saciar a necessidade básica do corpo em descarregar energia no auge do prazer, ou seja, um pecado aos olhos dos tementes servidores dos Senhores da Sotaina, de mente frágil e incendiada, independentemente desses doutos senhores pregarem o que não praticam.

Pois bem, cabe a cada um saber gerir estes dois tipos de registos, Amor versus Sexo, ora como um todo enquanto casal, ora de forma individual no seio do todo, onde o casal mantém em paralelo relações extra conjugais, ora de forma claramente individual na qualidade de solteiros e divorciados. Todas as situações são aceitáveis e válidas, desde que o balanço seja equilibrado e positivo para todos os sujeitos intervenientes no tipo de afecto praticado, onde terá que haver obviamente concertação, verdade, respeito e responsabilidade entre todas as partes. Mas isso já são outros valores que se levantam, que os Senhores da Batina pregam à viva voz de forma precária, privilegiando os direitos do ser de género masculino. Mais uma matéria que dá pano para fazer muitas colecções de inverno!

Impontual, queres dar o mote?

Por fim e em jeito de conclusão, afirmo que homem e a mulher precisam, na mesma medida e na mesma proporção, de afecto afectivo e de sexo para se sentirem seres vivos completos. Certo é que não há relações afectivas perfeitas, mas também não existem manuais de instrução, receitas ou conselhos de alguém ou de qualquer natureza, que nos ajudem a manobrar, de forma sensata e ponderada, estes dois motores vitais que sustentam a nossa condição humana, o Amor e o Sexo.

9 comentários:

  1. O Patife não podia estar mais de acordo. Aplaudo. ;)

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  2. ... entretanto o meu neto festejou o Carnaval no Jardim Zoológico

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  3. Sandrinha,
    O amor é o amor. E depois..?
    A verdade é que, sem grande força de identidade, o homem deixou-se levar por regras mais estritas do pudor moral, preconceitos sexuais etc... restando -lhe a identidade amorosa, derradeiro abrigo do homem pobre em ideias.
    A igreja tem uma quota enorme de responsabilidade nisso.

    Abraço.:)
    (por favor não me meta nestas empreitadas)

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  4. Dois termos interessantes,Teia: amor e monogamia. Mas soam-me a 2 conceitos de efeito teia: enredam, imobilizam e tiram o instinto animal. Não, muito obrigado.
    Para quê o sexo com amor? É tipo leve 2 pelo preço de 1? Para quê complicar o que é simples? Para quê enredar ou limitar o prazer?
    Soa-me a complicar.

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  5. Há o amor, há o sexo, mas em patamares diferentes. Ocasionalmente poderão encontrar-se, e então é bom, muito bom!

    Um beijinho, Sandra :)

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  6. Sandra,
    Ontem passei, de forma apressada. Apesar de fugir dela, talvez sejam sequelas dos tempos apressados de hoje. :)
    Creio que, no que se refere ao amor, antes de qualquer considerando seria de bom tom debruçarmo-nos sobre o que, a propósito, diziam os antigos Gregos. Com tempo para meditar e filosofar, eles vislumbraram vários patamares no amor, muito para lá do "fast food" com que nos querem tecer a teia, verdadeiro instinto de predador.
    Para quem argumenta que não há tempo a perder, temos pena. Há tanto para lá da mera satisfação momentânea...!

    Um beijinho :)

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  7. Feliz aniversário - Tudo de bom - Um beijo daqui até aí :)

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