Fotógrafo: martina woll
Colecção: flickr
On our way,
we can turn right,
we can turn wrong;
or, we can choose
not stop
and keep going
straight on
into the unknown.
Já vai a mais de meio da viagem em direcção ao cais de embarque. Cruzou entroncamentos, bifurcações, parou, olhou para todas as direcções, sentiu medos, dúvidas, e ainda assim, mesmo às cegas e às apalpadelas decidiu prosseguir caminho sempre em frente sem olhar para trás nem para os lados. Atravessou planícies, subiu e desceu montanhas, escalou escarpas rochosas, e nalgumas vezes esteve a um palmo do precipício. Acontecia quando o caminho não tinha saída. Nessas situações, sem dar tempo ao pensamento projectava uma via alternativa, que lhe permitiu até à data dar sempre a volta por cima. O fio do instinto sempre foi o seu escudo de sobrevivência.
Hoje, a mais de metade da viajem, sabe-se uma mulher plena e realizada. Tocou e foi tocada pela paixão, pelo amor, pela dor das perdas e das incertezas e pelo ódio também; levou sempre o seu motor afectivo ao limite desmedido.
Na mochila que carrega, leva uma casa cheia, metade da sua história, muita saudade e muita vontade. Na bolsa da roupa miúda vão à mistura presas aguçadas, garras afiadas, os medos e as dúvidas. Nos bolsos não faltam o tabaco, a teimosia, o silêncio, a paciência e o tempo; tem esperança de um dia conseguir transpor o pontão de aço e a fasquia do seu melhor momento.
A única certeza que tem, é que sabe que o resto do caminho vai palmilha-lo como até aqui o tem feito, sempre a eito de cabelos soltos namorados ao vento e de olhos levados na ponta dos dedos…
O desconhecido é um mistério e o seu maior desafio.