domingo, 7 de dezembro de 2014

Quem disse que viver é facil?!

 


















Título: Time of butterflies
Fotógrafo: Kasia Derwinska
Colecção: Flickr

Há quem diga que nos devemos arrepender do que fazemos, e não, do que não fazemos.
Ora aí está uma matéria complexa, sobre a qual não tenho opinião.
Há decisões que se tomam na vida que nos levam a fazer umas coisas e a não fazer outras, a tal dita liberdade de escolha. E a cada decisão, a cada opção, a cada acto ocorre sempre uma reacção, que por vezes acarreta um retorno pesado, incomportável de carregar. Por norma vivo o hoje com os olhos postos no amanhã tendo sempre presente o legado do passado, até porque o hoje já foi ontem e o tempo soma e segue sem parar.
Viver sim, aproveitar os bons momentos que a vida proporciona também, mas há que ter consciência que alguns deles, mesmo que de excelência, podem hipotecar o futuro, o nosso e o de terceiros também. Aí reside a grande responsabilidade da vida, viver a liberdade com dignidade. Até hoje nunca me arrependi do que vivi nem das opções que tomei e muito menos me arrependi do que não vivi, até porque, por muito que goste de alguém, gosto muito mais de mim.
E não, não acredito na sorte nem no destino, acredito que a vida resulta da conquista pessoal, da capacidade de visão, das decisões e das escolhas…

Quem disse que viver é fácil?!

E agora, para quebrar um pouco a carga emotiva que por aqui se respira, deixo do meu espelho escarificado uma nesga de poesia.

Sei de um moço…
Sei que ele carrega nos ombros
um peso de duas medidas;
de um lado carrega o poema,
do outro a lado a poesia.
Sei que ele sabe ler-lhe 
a silhueta.
Sei também,
que só lhe falta saber ler 
a borboleta,
que ela desenha.