Bate a chuva
na vidraça,
e lá vai Ella
dona de si.
dona de si.
Dança, canta e ri
descalça e nua
pela praça.
Cai a água
lentamente
no seu corpo
delinquente,
abre caminho
às entranhas
por entre vales
e montanhas
Escorre
a água da carícia
pelo fio
do delírio,
sacia a sede
do cio
na febre
da sua malícia
E lá desce
a água do rio
na correnteza
do vício,
persegue
as curvas
do destino,
as curvas
do destino,
caminho
ao paraíso.
Sandra Louçano
"The Flood" - Katie Melua