domingo, 21 de junho de 2015

Dos limites periféricos


Mercuro B. Cotto


















Abraça a vida conforme lhe é servida no prato do dia, aconchegando as asas no travesseiro do sonho onde só existe ela e um plano paralelo que deita vãos de portas e de janelas para horizontes de perder de vista, universo onde todas as realidades inventadas são possíveis.
Do outro lado da espera, entre um silêncio e outro, o tempo ganha corpo de resposta, e, por arrasto, o mundo lá fora vai ganhando forma proporcional ao seu tamanho e resiliência. Pequenino do tamanho de uma ervilha, tem os seus limites periféricos substancialmente encolhidos. Ela não sai e ninguém lá entra. Os lugares cativos estão todos preenchidos, até mesmo os vazios.

20 comentários:

  1. Eu não cultivo lugares cativos,nem mesmo os vazios*

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu também não os cultivo, agora como não ficar cativa de lugares que brotam espontâneos dentro de nós, que nem as papoilas e as flores do campo?
      Beijinho Til :)

      Eliminar
  2. Há lugares que devem ser nossos, só nossos.

    Beijos, Sandra.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu não abdico do meu. É só meu.
      Se não fosse ele...

      Beijinho Maria.

      Eliminar
  3. Um perigo, os lugares vazios.
    Ninguém lá entra, nem a alma.
    Excelente pensamento Sandra
    Beijinho.:)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada SD.
      O problema dos lugares vazios, é que desaprendemos de nos partilhar com os outros...
      Ninguém tem a capacidade de te nos tocar, nem na alma.
      Deixo um beijinho com carinho.

      Eliminar
  4. A vida faz-se com movimentos cíclicos, como as ondas do mar que sobem e descem, que vão e voltam. Os limites periféricos dilatam e retraiam-se com a respiração, como uma medusa. Eu acredito que a vida vence sempre a resiliência.
    Um texto muito belo, querida Sandra :)
    Beijinho

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A vida é admirável e soberana, é a minha mão mestra. Tem sido a minha muleta :), uma muleta difícil de manejar, mas é a única que tenho à disposição.
      Obrigada MS :)
      Fica um beijinho enorme:)

      Eliminar
  5. Todos os limites foram feitos para serem ultrapassados. Haja vontade para que isso aconteça.
    :)
    Beijos grandes Sandra

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. :) estou numa fase de carregar baterias...Neste momento só vontade não chega.
      Beijinho grande minha amiga.

      Eliminar
  6. Por vezes é preciso encher o peito de ar e respirar fundo para aliviar o sufoco.

    ResponderEliminar
  7. Li que estás aflita. Vim dar-te um abraço forte e longo.
    Que tudo se componha, querida Sandra.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada Maria, pelo teu carinho e pelas tuas palavras.
      Tudo se vai compor sim, assim espero.

      Eliminar
  8. Gosto bastante da "banda sonora". beijinho

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sting tem aquele dom especial e intemporal:)
      Grata pela sua presença.
      Retribuo o beijo com amizade.

      Eliminar
  9. Querida Sandra,
    Fico de pé. Vim apenas para a ler e bem sei como há momentos em que os lugares vazios são os mais cativos.
    Deixo-lhe um abraço,
    Outro Ente.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Tem razão sim, há lugares vazios muito mais cativos que os demais.
      Obrigado :)
      Abraço.

      Eliminar
  10. Por mais que a muralha preserve, seleccione, mais as janelas se insinuam, ganham configuração...
    Gostei muito, Sandra!

    Um beijinho :)

    ResponderEliminar
  11. Quem se ama verdadeiramente uma pessoa esta tem um lugar cativo no seu coração e deste modo este lugar ficará vazio/invisível, pois se torna insubstituível para todo o sempre.

    ResponderEliminar